sexta-feira, 13 de março de 2009

Bundalelê

Eu sabia. Eu sempre disse que o que move o mundo é a bunda. Tudo se resume à falta ou excesso de bunda.Quer gravar um cd e vender milhões? Bote lá uma bunda. Quer fazer um programa de tv dar audiência? A bunda! Quer vender cerveja? Chame a bunda! Sucesso no rádio? Fale de bunda! Quer manter seu emprego seguro? Proteja a bunda! Fez besteira? Faça cara de bunda. Não gosta do sujeito? Chame-o de bunda. O Brasil é o país da bunda. E quer saber? Eu adoro bunda. Bundas bonitas, femininas evidentemente, são uma delícia de olhar. Elas têm um balanço, um equilíbrio no vai-e-vem que é insuperável... São gordinhas. Lisinhas. Têm linhas arredondadas, proporcionais. Da bunda o olhar sobe, ansioso para verificar se o rosto está à altura. E quando está, a beleza abunda! Viva a bunda!Mas esta semana fiquei meio desbundado. O Lula apelou pra bunda.A frase já entrou para a história: “O brasileiro não levanta o traseiro do banco, ou da cadeira, para buscar um banco mais barato. Reclama toda noite dos juros pagos e no dia seguinte não faz nada para mudar".É claro que o presidente disse “traseiro” mas vai dizer que ele não estava pensando em bunda? Se tivesse dito, de boca cheia, ”bunda”, seria o caos.E como é que fica essa história do Severino falando de supositório e o Lula de bunda? Essa combinação é, no mínimo, desconfortável...Pois quer saber? O Lula está certo. Somos uns bundões. Só reclamamos, não mexemos o traseiro, ficamos esperando que resolvam por nós.Pois vou lançar o MDB do B: Movimento Dos Bundões do Brasil.Milhares tirarão as bundas das cadeiras e irão às ruas. Pintarão os rostos e as bundas. Levarão faixas. Gritarão palavras de ordem: “Bundas. Unidas. Jamais serão vencidas!”. Farão tanta pressão que certas bundas poderosas do Banco Central serão obrigadas a se mexer. E reduzirão as taxas a um patamar aceitável. E vamos perceber a força das bundas e começar a corrigir outras coisas...Portugal não fez a Revolução dos Cravos? Pois nós faremos a Revolução das Bundas. Milhares e milhares de bundas, bundinhas e bundonas marchando de costas na Esplanada! Bunda branca, bunda preta, bunda amarela. Bunda dura, bunda mole, bunda dele e dela.Bunda rica, bunda pobre e bunda remediada.Bunda do pai, da mãe, avós, filhos e empregada. Quero ver se a tv vai resistir às bundas da Juliana Paes, Kelly Key e Luma de Oliveira. A marcha das bundas pela moralização do Brasil! Mas aí vem a secretária de estado norte-americana, Condoleezza Rice, exortando os países latino-americanos a persistir no caminho da democracia: “Não percam as esperanças, não desanimem e, sobretudo, não dêem marcha à ré”, disse ela em Brasília.Pronto. Lá vem a desmancha-prazer. Como assim, “não dar marcha à ré?” E a bunda? Só podia ser norte americana. Essa raça não tem bunda.

Luciano Pires

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